quinta-feira, 10 de setembro de 2009

...O Encontro da Necessidade...



Hoje saio de um projeto, de um grupo, de uma obrigação, porque a necessidade grita lá fora e as pessoas de dentro já não querem mais falar.

"No metrô, duas queridas amigas, uma não quer me escutar e a outra ri porque decidiu fazer isso. Uma delas me interpreta mal e vai embora sem escutar e sem falar.
Que merda, passo tanto tempo com as minhas amigas e não dá pra se colocar no lugar da outra, nem um pouco, nem vivendo as coisas juntas, por quê?Porque é tão difícil?Hum...toh sem dinheiro de novo, esqueci de carregar o bilhete e agora não tenho $ para o ônibus, droga, deveria ter pedido R$ 2,50 emprestados para as meninas, não, não deveria, não hoje.Eu e minha mania estúpida de deixar tudo pra ultima hora.E porque não?! Sei lá.O Paulo. O Paulo é uma pessoa incrível vai me ajudar a voltar pra casa, ele deve estar por aqui no centro mesmo, mas... Como vou ligar pra ele? Minha mãe, minha mãe liga, eu ligo a cobrar pra ela e ela liga. Mãe deposita uma grana amanhã e liga pro Paulo pra ele vir me encontrar. Ela liga, e também vai depositar, eu sei, porque é mãe?!Talvez... Talvez... O Paulo não atende, e agora?O segurança deve saber o telefone da empresa, do ramal dele, eu não anotei na agenda e nem tenho mais celular. Droga de vida miserável. O segurança procura um tempão e não encontra, pede pra um dos funcionários subir e avisá-lo, quanta gentileza, gentileza de verdade. O Paulo me escuta, sabe das minhas coisas, fala as coisas certas ou simplesmente boas de ouvir, e além de tudo ele é quente como um cobertor ficaria para sempre naquele abraço de quem quer estar no meu lugar sempre. Droga. Dormi no ônibus, já estou três pontos na frente. Motorista para, por favor, ele parou, gentileza. A rua está muito escura e só eu e um cara estamos aqui. Cara, que cara?"...

"- Enfia a mão no bolso e passa tudo!
- Não, eu não vou passar nada!
- O quê?
- É isso mesmo, eu tive um dia tão fudido quanto o seu e eu não admito que você venha me roubar R$ 2,50. É, você tah me roubando R$ 2,50 , que é tudo que eu tenho nesse bolso E EU NÃO VOU TE DAR ESSE DINHEIRO NEM SE VOCÊ ME BATER,porque é ridículo você roubar alguém por r$ 2,50.
Ele sorriu de leve
- Firmeza..."

Nesse momento éramos a mesma coisa só porque esse cara se colocou no meu lugar, com uma facilidade, a facilidade que me faz acreditar na bondade das pessoas e na necessidade de cumplicidade.
E foi esse cara que me fez lembrar o que eu já quase esquecia, A ARTE É NECESSIDADE E NÃO OBRIGAÇÃO. Se tem gente que não quer mais falar é porque esquece que tem muita gente querendo ouvir. E é pra esse cara que vive no mundo comigo, que eu quero trabalhar...

Valeu brother, valeu!!!

Um comentário:

Larissa Pretti disse...

... querendo escutar...

e com necessidade que também se coloquem no meu lugar...

......[ouvindo]..........